terça-feira, 27 de novembro de 2012

Instrumentos de Trabalho de um Aprendiz Franco Maçon




A MAÇONARIA É UMA INSTITUIÇÃO DE HOMENS E MULHERES LIVRES E DE BONS COSTUMES, ESSA FRASE PARA OS PROFANOS TALVEZ NÃO EXPLIQUE ABSOLUTAMENTE NADA, MAS PARA UM OBREIRO ATENTO E DEDICADO A SUA LOJA, EXISTE UM SIGNIFICADO MAIS PROFUNDO, POIS A MAÇONARIA É CONSTITUIDA DE HOMENS E MULHERES DE LIVRES PENSAMENTOS E AÇÕES JUSTAS, POIS O MAÇON NÃO E BOM NEM MAL É APENAS JUSTO, NA ORDEM NÃO EXISTEM AMARRAS OU DOGMAS QUE POSSAM CONSTITUIR UMA PRISÃO AO PROGRESSO DO VERDADEIRO IRMÃO, O MAÇON QUE ENTENDE A TRÍADE MAÇONICA: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, COMO A HABITO DE UMA VIRTUDE, TÃO BEM DEFINIDA, E ILUSTRADA POR SEUS SIMBOLOS E RITUALISTICAS, ELA PROCURA DESENVOLVER AS POTENCIALIDADES E VIRTUDES QUE LEVAM AO RECEM INICIADO, A BUSCAR O APERFEIÇOAMENTO MORAL, INTELECTUAL E ESPIRITUAL.
SIMBOLOGIA MAÇONICA: É A ARTE DE EXPRESSAR POR MEIO DE SIMBOLOS, OS CONHECIMENTOS QUE LEVAM A CADA IRMÃO A UMA PROFUNDA REFLEXÃO.
A DEFINIR MAÇONARIA EM PALAVRAS SERIA IMPOSSIVEL, TÃO SOMENTE ABREVIAR SUA IMENSA IMPORTANCIA A HUMANIDADE, O ENSINAMENTO MAÇONICO NOS FALA QUE:

·         A MAÇONARIA E SISTEMA PECULIAR DE MORALIDADE VELADO EM ALEGORIAS E ILUSTRADO POR SIMBOLOS.

AS ORIGENS DA MAÇONARIA OPERATIVA, QUE TEM SEU INICIO, NAS GUILDAS DE PEDREIROS, E DE CARPINTEIROS, CUJAS RAMIFICAÇOÊS SE ESTENDIAM NA IDADE MEDIA SOBRE TODA EUROPA OCIDENTAL, ESSES MAÇONS OPERATIVOS, UTILIZAVAM FERRAMENTAS DE TRABALHO, ALGUNS COM A FINALIDADE BEM DEFINIDAS, PARA QUE PUDESSEM FAZER UM BOM TRABALHO, ATUALMENTE ESTAS FERRAMENTAS, ELAS SÃO USADAS COMO SIMBOLOS, QUE PERMITEM VELAR INSTRUÇÃO PARA CONHECIMENTO DOS PROFANOS, MAS FAZEM PARTE DO ENSINAMETO, QUE PERMITE INSTRUIR OS IRMÃOS NA ARTE REAL, ATRAVEZ DO SIGNIFICADO FILOSOFICO, COMO EXEMPRO:

·         A REGUA DE 24 POLEGADAS
·         MAÇO
·         CINZEL 
·          
ESTES SIMBOLOS SÃO APRESENTADOS, AO NEOFITO NA INICIAÇÃO, ELE E INSTRUIDO, A CONHECER SEUS FUNDAMENTOS OPERATIVOS E FILOSOFICOS, BUSCANDO NA PRATICA, A REALIZAÇÃO DO SEU PROGRESSO NA ORDEM. ESTES INSTRUMENTOS DE TRABALHO ERAM USADOS PELOS APRENDIZES NOS CANTEIROS DE OBRAS, COMO A MAÇONARIA PASSOU POR UMA TRANSFOMAÇÃO, NOS DIAS ATUAIS NOS MAÇONS, JÁ NÃO SOMOS MAIS OPERATIVOS, MAIS ESPECULATICOS, EM NOSSA EPOCA, ONDE AS INSTRUÇÕES SÃO CADA VEZ MAIS
PROPAGADAS, OS INSTRUMENTOS SÃO USADOS COMO SIMBOLOS, QUE PERMITEM GRAVAR OS ENSINAMETOS NA MENTE, E CAUSAM UMA TRANSFOMAÇÃO NA VIDA DE CADA NEOFITO,
ESTAS FERRAMENTAS FORAM MANTIDAS E CARREGADAS DE MUITO SIGNIFICADOS, QUE TEM POR RAZÃO, INSTRUIR O APRENDIZ, SOBRE MORALIDADE, ETICA E ESPIRITUALIDADE...

A REGUA DE 24 POLEGADAS É UM INSTRUMENTO USADO POR MAÇONS OPERATIVOS PARA MEDIR E MOSTRAR SEU TRABALHO, MAS NOS, COMO MAÇONS LIVRES E ACEITOS, FAZEMOS O USO DELA PARA ALGO MAIS NOBRE, A GLORIOSA CAUSA DE DIVIDIR O NOSSO TEMPO, ESTE
SIMBOLO REPRESENTA UMA CONDUTA RETA COM DISCIPLINA E MEDITAÇÃO. AS 24 POLEGADAS NO MEDIDOR SÃO EMBLEMATICAMENTE, ÀS 24 HORAS DO DIA, QUE SOMOS ENSINADOS A DIVIDIR EM TRÊS PARTES IGUAIS. ENCONTRAMOS OITO HORAS DE SERVIÇO A DEUS E UM IRMÃO AFLITO, AS OUTRAS OITO HORAS PARA NOSSAS VOCAÇÕES HABITUAIS E AS ULTIMAS OITO HORAS PARA DESCANÇAR E DORMIR.

O MALHO É UM INSTRUMENTO USADO POR MAÇONS OPERATIVOS PARA INTERROMPER AS ESQUINAS DE PEDRAS ÁSPERAS E, PARA MELHOR AJUSTA-LAS AO USO DO CONSTRUTOR, PORÉM, NÓS MAÇONS LIVRES E ACEITOS, O USAMOS PARA A MAIS NOBRE GLORIOSA CAUSA: DE PRIVAR NOSSOS CORAÇÕES E CONSCIÊNCIAS DE TODO OS VICIOS E SUPERFLUIDADES DA VIDA, É O SIMBOLO DA FORÇA, DO CARATER E DA INTELIGENCIA, QUE PRESENTA O ESPIRITO ATUANDO SOBRE A MATERIA, ASSIM AJUSTANDO NOSSAS MENTES COMO PEDRAS VIVAS PARA ESTE TEMPLO ESPIRITUAL QUE HABITA EM CADA OBREIRO.

O CINZEL É UM INSTRUMENTO USADO POR MAÇONS OPERATIVOS PARA DESBASTAR E REPARAR A PEDRA BRUTA, ENTRETANTO NOS MAÇONS LIVRES E ACEITOS, A UTILIZAMOS PARA MAIS NOBRE GLORIOSA CAUSA: O CINZEL É O SIMBOLO DO DISCERNIMENTO E DOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS PELO NEOFITO, POIS REPRESENTA O APERFEIÇOAMENTO, POIS A EDUCAÇÃO E A PERSEVERANÇA SÃO NECESSARIAS PARA ESTABELECER A PERFEIÇÃO, COM ISSO CRIAMOS HABITOS VIRTUOSOS, ILUMINANDO NOSSAS MENTES E CORAÇAÕES.

O SIGNIFICADO DESSES SIMBOLOS, QUE POSSIBILTA UMA TRANSFORMAÇÃO INTERNA CABE A NOS MAÇONS, COMPREEDERMOS QUE DE NADA VALE O CONHECIMENTO SEM A PRATICA. E QUE NA BUSCA PELO APERFEIÇOAMENTO, DEVEMOS MEDIR NOSSAS AÇOES, NUMA CONDUTA SEMPRE RETA, AJUSTANDO NOSSAS MENTES, USANDO SEMPRE A INTELIGENCIA PARA SER JUSTO, POIS NA PRATICA DESSAS VISTUDES, DESENVOLVEMOS E MELHORAMOS A NOS MESMOS, ASSIM AUXILIANDO NO PROGRESSO E AO BEM ESTAR DA HUMANIDADE.
GOSTARIA DE AGRADECER, A TODOS OS IRMÃOS QUE ME AUXILIAM, FAÇO VOTOS DE PAZ E HARMONIA E QUE O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO CONTINUE TRASMITINDO MAIS LUZ A VIDA DE CADA UM.

 Texto escritpo por Ap.'.M.'. Alan Barros dos Santos, ARLS do rio de janeiro, Orion n°1260, Mesquita. Le Droit Humain-Direitos Humanos

sábado, 24 de novembro de 2012

Por que existem potencias Regulares e Irregulares? GLUI VS GODF


 A Maçonaria Regular a partir do Século XVIII
Por que começar o debate por esta época?
A resposta é simples e evidente:
- Porque antes, só a partir de 24 de Junho de 1717, data considerada como oficial para a fundação da chamada “Loja de Londres”, embrião da futura Grande Loja Unida de Inglaterra, e da -Maçonaria dita especulativa-, se começa oficialmente a tornar necessário, o reconhecimento oficial entre “Irmãos” de “Obediências” diferentes. Até aí, e dentro do espírito da “Maçonaria operativa” bastava aos -maçons- reconhecerem-se entre si através de “palavras, toques e sinais”.
O diálogo “- É maçom”? ”Irmãos como tal me reconhecem” ultrapassava como deverá sempre ultrapassar, a “simples” fórmula ritualista.
Mas simultaneamente aqui começa a perversão do conceito de“regularidade” e a sua interligação com o de “reconhecimento”.
O Grande Oriente de França, potência hoje considerada irregular; adiante veremos por que, em pleno Século XVIII, afirmava “que era regular, todo o maçom que trabalhava numa Loja regular; sendo por sua vez regular toda e qualquer Loja que como tal fosse reconhecida pelo Grande Oriente de França. Mais concretamente; uma Loja dotada de constituições atribuídas ou renovadas pelo Grande Oriente de França único a poder concedê-las”… (1773 Art.ºs II e III da Constituição).
É já manifesto o equívoco entre regularidade e reconhecimento por um lado e por outro a falta de distinção entre a regularidade formal e o “trabalhar regularmente”. Trata-se de um equívoco histórico que tem sido alimentado, por razões distintas por várias Obediências, regulares e não regulares.
A verdade é que, quer queiramos quer não, tudo começa precisamente nas “Constituições ditas de Anderson” que marcam o início da transformação de uma Maçonaria profundamente teísta numa Maçonaria deísta. Por razões religiosas e sobretudo políticas.
Precisamente razões que as referidas Constituições impõem banir das discussões em Loja! Na realidade o que se pretendia era neutralizar a influência e supremacia dos Católicos stuartistas e é este tipo de comportamento que inicia outro grande equívoco histórico, o das condenações por parte da Igreja de Roma.
A partir daqui começa-se a impor o conceito “anglófilo” de que são regulares os maçons que pertencem a uma Loja regular a qual deve trabalhar à Glória de um “Ser Supremo”, o Grande Arquiteto do Universo”, Deus, Princípio Único e Criador de todas as coisas, obedecendo, portanto ao expresso nas “Constituições de Anderson”, e aqui se podem perguntar quais delas, se as de 1723, a que se reporta o G.O.D.F., o qual se inicia tecnicamente em 1738 e nasce politicamente em 1773, ou se as de 1737 a que se reporta a Grande Loja Unida de Inglaterra que só é constituída em 1813 e, hoje em dia, se refere também aos “Landmarks” de 1929.
Aparentemente levanta-se neste último raciocínio o problema de o Grande Oriente de França, figura de proa da dita “irregularidade” ser, afinal, historicamente anterior à Grande Loja Unida de Inglaterra, majoritariamente senhora da chamada “regularidade maçônica”, e daí ser discutível qual das duas -Potências- detém a legitimidade de atribuir regularidade e irregularidades.
Este ponto de vista, que é defendido pelo G.O.D.F. e “Potências” afins é, não pertinente e pela simples razão de que carece da pré-definição do que se entende por regularidade tradicional. Com efeito, o comportamento histórico do G.O.D.F., durante o Século XIX a partir de 1849, e mais concretamente em 1877 em que se torna facultativo a evocação ao G.A.D.U., o trabalhar com a presença do Livro Sagrado etc., é esse comportamento que se desvia do que estava anteriormente aceite e definido e que justifica o estigma de irregularidade que lhe é atribuído pela U.G.L.E.
Se por um lado, e no seguimento das idéias herdadas da Revolução Francesa, se poderá entender o alargamento do ideal maçônico a todo o tipo de homens, religiosos ou não, ou seja, adeptos de qualquer religião, ateus e agnósticos, em nome da fraternidade e da tolerância, por outro entra-se na imposição do “laicismo” que vai acarretar por sua vez um “anti-clericalismo” com os excessos que se conhecem e que entram pelo próprio Século XX. O que, precisamente, contraria esse mesmo ideal de tolerância!
As “Potências” que se alinham com o G.O.D.F. insistem em defender que a regularidade é um falso problema que apenas serve os interesses anglo-saxônicos e em particular os da Grande Loja Unida de Inglaterra. Este ponto de vista é, por sua vez, acompanhado freqüentemente de afirmações mais ou menos veladas de “vassalagem” das Obediências regulares à U.G.L.E.
Por sua vez as “Potências” regulares acusam as “irregulares” de “vassalagem” ao Grande Oriente de França e encaram-nas, freqüentemente, com certa suspeição eivada de fantasmas dos séculos passados.
Sabemos também que a “regularidade” não reconhece legitimidade nem às Lojas Femininas nem às Mistas, bem como, na maior parte dos casos, a certos ritos muito em voga na Maçonaria Sul-Americana.
Trata-se de um diálogo de surdos que, apesar de tudo, vai sofrendo evoluções. Por um lado começam a existir casos em que a U.G.L.E. admite mais do que uma Loja Regular por país. Por outro o conceito de “Ser Supremo”, o “Supreme Beeing”, começa a ficar cada vez mais diluído. Por outro, Obediências existem que trabalhando regularmente não são reconhecidas como tal. Afinal em que ficamos?
Tentemos então destrinçar o problema separando e definindo conceitos o que talvez nos obrigue a reequaciona-lo por completo.
Lojas Regulares e Trabalho Regular
Pressupondo que “trabalhar regularmente é trabalhar na presença do Livro da Lei Sagrada, respeitando as Constituições e Landmarks e, sobretudo, crendo e evocando o Grande Arquiteto do Universo, Deus, Criador de todas as coisas e acreditando na Imortalidade da alma,” Lojas há que, apesar disso não são reconhecidas como regulares.
Gostaríamos de colocar três questões que não deverão ser entendidas no âmbito nacional, mas universal.
O problema que se põe ao “Maçom Regular” será “devemos considerar os maçons que delas fazem parte como meus “Irmãos”?
Por outro lado maçons de Lojas “irregulares”, trabalhando “irregularmente” deverão ser considerados “maçons”?
E, finalmente, que dizer de “Irmãos” que dentro de uma Obediência pressuposta Regular não trabalham regularmente?… Serão “Irmãos”?
São três perguntas propositadamente provocatórias que colocamos em consideração.
Salvo melhor opinião é nosso entendimento que a resposta comum a todas estas questões é só uma: -”Sim, só e se eu os reconhecer como tal”.
Porquê? Porque é a resposta que desloca para dentro de cada um de nós o incômodo da pergunta. Tudo depende, afinal, do que se absorveu do ideal maçônico e das razões que nos levam a integrar a Ordem.
É evidente que a Maçonaria moderna obriga irremediavelmente a regras de convivência e reconhecimentos diplomáticos mútuos que terão de ser respeitados. Com certeza. Mas neste ponto, como noutros, o que interessa, é saber do que se está a falar concretamente.
E sem nos esquecermos que ao integrar Instituições livremente, que possuem determinadas Constituições e Regulamentos, teremos fatalmente que cumpri-los sob pena de uma promiscuidade perversa conduzir a uma anarquia prejudicial!
E se rejeitamos esse cumprimento apenas nos resta abandonar de fato essas Instituições. O fato de não haver visitas rituais entre Irmãos de Obediências regulares e irregulares não os impede de nutrir entre si uma fraterna amizade e uma sã convivência baseada na tolerância e igualdade.
Não há dúvida de que a – Maçonaria – fatalmente evoluiu e evolui todos os dias e que a Maçonaria de hoje não é exatamente a mesma de a de há trezentos anos!
Adivinho que algum de Vós já estará a dizer para com os seus botões “Pronto, olha que maneira airosa de concluir e ficar bem com todos”. Desculpem se os vamos surpreender e talvez mesmo chocar. Ainda não terminamos.
É verdade que concluímos as considerações. Mas apenas na área do ideal maçônico e das linhas mestras da ação exotérica da Maçonaria no mundo. E aí se aplica tudo o que foi dito antes. Porém, se entrarmos pelo lado esotérico e pela Tradição Iniciática as coisas complicam-se muitíssimo. Aí já se torna racionalmente incompreensível admitir a incursão de um ateu puro na esfera do sagrado, por exemplo. Aí teremos, de rever não o nosso conceito atual de Regularidade, mas o conceito atual de… Maçonaria!
E se formos demasiado exigentes, e entendermos que a Maçonaria de Tradição, que nos foi transmitida desde os mais remotos tempos até 1717 é que era a verdadeira Maçonaria, então seremos forçados a admitir que seja perfeitamente estéril discutir a Regularidade quando aquilo que nalguns casos se pratica muito pouco tem a ver com o que nos deveria ter sido transmitido.
Poderemos então até perguntar se essa Maçonaria ainda existe e sob que forma, em que Rito ou Regime.
E aí responderíamos quase pela negativa, embora onde ela exista numa forma mais próxima da Maçonaria de Tradição seja precisamente dentro de alguma Maçonaria Regular.
De qualquer modo o mais importante será, independentemente do que recebemos e praticamos conseguirmos um dia deixar este mundo melhor do que o encontramos e poder responder à pergunta – “Eras Maçom?” – Pelas palavras “Todos os meus Irmãos me consideravam como tal”!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A Essência do Estudo da Geometria



Construir templos implica saber medir as dimensões do espaço e do tempo. Os primitivos construtures-livres ou francos elaboraram bases operativas das quais a moderna franco-maçonaria especulativa conserva hoje a memória e o uso simbólico.

Duas peças fundamentais dessa Arte Real, que se mantêm centrais nos dias de hoje, são o esquadro e o compasso, colocados sobre o volume da lei sagrada, sempre que este está aberto na ara maçónica. Mas, o que medem hoje, em sessões de trabalho especulativas, estes instrumentos operativos?

Ao esquadro, que se considera fixo e ligado à matéria, atribui-se-lhe um carácter passivo, enquanto que ao compasso, instrumento móvel que se considera como símbolo do espírito, se lhe atribui um carácter activo. Em sessão de Loja, o compasso e o esquadro são colocados sobre o altar de três formas diferentes:
     No primeiro grau, o de aprendiz, o esquadro fica por cima do compasso aberto a 45 graus, simbolizando que a matéria se sobrepõe e domina o espírito;

     No segundo grau, o de companheiro, o esquadro é entrecruzado com o compasso, agora aberto a 60 graus, simbolizando o equilíbrio atingido entre a matéria e o espírito;

     Finalmente, no terceiro grau, o de mestre, o esquadro é colocado debaixo do compasso, aberto a 90 graus, simbolizando que o espírito passou a dominar e a transcender a matéria.
Sem dúvida, na actual maçonaria especulativa, o esquadro e o compasso são os instrumentos com que cada livre-construtor de templos se mede a si mesmo, avalia a acção do seu espírito sobre a matéria do seu corpo e da sociedade exterior, quantifica o grau da sua própria libertação, a sua independência em relação às condicionantes do mundo profano.

Porém, a leitura deste simbolismo deve ser ainda mais aprofundada.

Observando-se atentamente a sobreposição e entrecruzamento do esquadro e do compasso, sobressai de imediato a forma da Estrela Flamejante, pentagrama de profundo simbolismo iniciático desde a mais remota Antiguidade. Esta figura alude aos cinco sentidos do Homem e às forças subtis da Natureza. No seu interior, inscreve-se o  G , simbolizando o Grande Geómetra ou Grande Arquitecto do Universo.

Onde poderemos chegar com esta comparação? À compreensão de que a Geometria, na verdadeira tradição dos livres construtores de templos, não pode ser considerada uma disciplina como as outras, nem sequer distinta delas, mas sim como o sistema de referência fundamental, o sistema a partir do qual se efectuam todos os percursos intelectuais, morais e espirituais.

No mundo estático da Idade média, a fé implicava confiança absoluta em relação às hierarquias, com a emblemática solidez da afirmação selada pelo magister dixit. Só o pedreiros-livres, estudiosos da Geometria, constituíam uma excepção em relação ao imobilismo do dogmatismo reinante. Um geómetra, quando se inclina perante a palavra do mestre não o faz por ela proceder dele, mas sim por ela ter sido demonstrada. A relação mestre-aluno não assenta nem na confiança nem na submissão, é sim determinada pelo próprio exercício da transmissão de um conhecimento. O mestre diz ao seu aprendiz: «eis o que eu afirmo, eis como eu provo o que afirmo, e tu só o saberás depois de o teres verificado por ti próprio, com os teus instrumentos, o esquadro e o compasso».

De outro modo, não teriam sido erigidos ao longo dos séculos os edifícios majestosos dos templos, cuja perenidade testemunha a correcção das bases operativas usadas na sua construção.

Assim, é pela Geometria e pelo aprofundar do seu estudo que se introduz o espírito de pesquisa e se instala na consciência um modo de actuar que subverte o dogma da fé e conduz ao racionalismo. Reconheçamos que o mesmo pensamento que se desenvolveu a fim de estabelecer os planos dos templos e das catedrais preparou a supremacia da razão.

Partindo desta filosofia operativa dos primitivos construtures-livres, embora trilhando uma via atribulada e cheia de avanços e retrocessos, a moderna maçonaria especulativa amadureceu a ideia de que um homem pode ser digno de estima sem partilhar a mesma religião do seu irmão. Numa perspectiva dinâmica do mundo que se contrapõe ao imobilismo dogmático, o maçom, sem renunciar à sua própria fé, toma em consideração todas as ideologias e instala na sua consciência a ideia da tolerância, isto é, a ideia segundo a qual nenhum discurso tem o monopólio do verdadeiro, do bom e do belo, e que cada coisa é o estado transitório de uma perpétua metamorfose.

Pelo esquadro e pelo compasso, pelo estudo da Geometria, o maçom aprende que o espírito é o estado etéreo da matéria e que esta é o estado sólido do espírito, que as propriedades se diferenciam, mas não a natureza, que a movimentação social se torna fluída e as fronteiras entre as castas pouco nítidas e que a tradição se torna criativa porque cada um faz surgir sentimentos novos dos mesmos textos, caindo os muros que separam os homens.

É por isso que a via iniciática da Maçonaria se mostra capaz de voltar a unir Fé e Razão, Matéria e Espirito, Acção e Meditação e de recriar o homem total que retorna à Unidade Primordial, fazendo desaparecer os guetos e transformando todos os homens em irmãos.

Disse


José, E.'., A.'.M.'.
R.'.L.'. Bispo Alves Martins (Oriente de Viseu) - G.'.L.'.L.'.P.'.\G.'.L.'.R.'.P.'.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Acácia e a Maçonaria



A Acácia: planta símbolo por excelência da Maçonaria; representa a segurança, a clareza, e também a inocência ou pureza. A Acácia foi tida na antiguidade, entre os hebreus, como árvore sagrada e daí sua conservação como símbolo maçônico. Os antigos costumavam simbolizar a virtude e outras qualidades da alma com diversas plantas. A Acácia é inicialmente um símbolo da verdadeira Iniciação para uma nova vida, a ressurreição para uma vida futura.

NA LENDA DE H.'. A.'.

Ao cair da noite, o conduziram para o Monte Mória, onde o enterraram numa sepultura que cavaram e assinalaram com um ramo de Acácia. Quando, extenuados, os exploradores enviados pelo Rei Salomão chegaram ao ponto de encontro, seus semblantes desencorajados só expressaram a inutilidade de seus esforços. ... Caindo literalmente de fadiga, (um)... Mestre tentava agarrar-se a um ramo de Acácia. Ora, para sua grande surpresa, o ramo soltou-se em sua mão, pois havia sido enterrado numa terra há pouco removida. Esse “ramo de Acácia” criou vida própria, cresceu e tornou-se o maior Símbolo do Grau de M.'. M.'..

Em outra versão, os M.'. M.'. que foram a procura do Mestre H.'. A.'. encontraram um monte de terra que parecia cobrir um cadáver, e terra recentemente removida; plantaram ali um ramo de Acácia para reconhecer o local. Conforme uma terceira versão, a Acácia teria brotado do corpo do Resp.'. M.'. morto, anunciando a ressurreição de Hiram.

Sendo a morte de H.'. A.'. uma lenda, resulta evidente que existam diferentes versões, mas o importante é que todas elas coincidem na sua sepultura surgir um ramo de Acácia.

NA BOTÂNICA

A Acácia é uma árvore espinhosa que possui espinhos penetrantes, da família das leguminosas-mimosas, Acácia Dialbata. É dela que se extrai a goma arábica.

No texto original grego do Novo Testamento o termo usado é akanqwn (akanthon), que foi traduzido ao português tanto como Acácia ou como acanto, e que também pode significar espinho, espinhoso, etc. Esta palavra grega aparece em várias passagens da Bíblia mencionando a coroa de espinhos e também a árvore conhecida como shittah. A coroa de Acácia espinhosa na cabeça de Jesus é símbolo de sabedoria. Mas como devemos interpretar o gesto dos soldados romanos quando coroam Jesus com espinhos?

Podemos entender como mais um ato de crueldade com sentido unicamente pejorativo ou será que, aparentemente, houve alguém que conhecendo a simbologia encetada no ramo de Acácia induziu à soldadesca a usar este tipo de ramo?

NA ANTIGUIDADE

Em hebraico antigo o termo shittah é usado para Acácia sendo o plural shittin. Os povos antigos tiveram um respeito extremado pela acácia chegando a ser considerada um símbolo solar porque suas folhas se abrem com a luz do sol do amanhecer e fecham-se ao ocaso; sua flor imita o disco do sol. Entre os árabes, na antiga Numídia seu nome era Houza e acredita-se ser a origem de nossa palavra "Huzé". Também é chamada como Hoshea, palavra sagrada usada num capítulo do R.'. E.'. A.'. e A.'.. O sentimento dos israelitas pela Acácia começa com Moisés, quando na construção dos elementos mais sagrados é utilizada a Acácia (Arca, Mesa, Altar) devido, principalmente, por suas características de imputrescibilidade. Os Egípcios também a tinham como planta sagrada, mas Maomé ordenou que a destruíssem.

A Acácia é dedicada a Hermes - Mercúrio e seus ramos floridos relembram o celebre “Ramo Dourado”, dos antigos mistérios. Trata-se, efetivamente, da Acácia Mimosa, cujas flores se parecem pequenas bolas de ouro. É a planta de que fala a fábula de Osíris e o Rito Maçônico do Grau de Mestre. Essa planta teria florescido sobre o túmulo do deus, o iniciado, morto por Tifão e que era para fazer reconhece-lo.

NA BÍBLIA

Altar dos Holocaustos - "Farás o altar de madeira de Acácia. Seu comprimento será de cinco côvados, sua largura de cinco côvados e sua altura será de três côvados". (Êxodo, 27 - 1).

Arca da Aliança - farão uma arca de madeira de cetim (Acácia)... (Êxodo 25:10)

Mesa dos Pães Propiciais - farás uma mesa de madeira de cetim (Acácia)... (Êxodo 25:23)

Bete-Sita, no hebraico significa Lugar da Acácia, e no Atlas moderno aparece localizado no paralelo 32 e 30’ ao lado do rio Jordão.

A Bíblia é rica em alusões da madeira de Acácia dando para ela usos sagrados (a cruz do sacrifício de Jesus teria sido feita de Acácia) o que, por sua vez a converte em uma árvore sagrada. A Acácia é o Shittah ou Shittim no plural (Espinho em Hebreu), como o Pau de Cetim da Arca da Aliança (Êxodo, 35 e seus versículos).

A Acácia é considerada como árvore sagrada. Moisés, a pedido do Senhor, ordenou seu povo, enquanto descansava no deserto, ao pé do Sinai, usasse a Acácia - Pau de Cetim na fabricação do Tabernáculo e nos móveis nele usados - A Arca da Aliança, a Mesa dos Pães da Proposição, os Varais da Arca, os adornos, etc.
NA MAÇONARIA

Entre os rosacruzes, assim como em alguns ritos maçônicos já desaparecidos, ou de pequena expressão, na Europa, ensina-se que a Acácia teve a sua madeira utilizada na confecção da cruz, onde Jesus foi executado, o que é pura especulação.

Quando o Resp.'. M.'. pergunta ao Ven.'. Irm.'. 1º Vig.'. "Sois M.'. M.'. ? E o interpelado responde ”A A.'. M.'. é C.'." ele estabelece de imediato sua qualidade de Maç.'., o que, equivale a dizer "tendo estado na tumba, e triunfado levantando-me dentre os mortos e, estando regenerado, tenho direito à vida eterna". A interpretação simbólica e filosófica da planta sagrada é riquíssima e lembra a parte espiritual que existe dentro de nós que, como uma emanação de Deus, jamais pode morrer. A Acácia é, simplesmente, a representação da alma e nos leva a estudar seriamente nosso espírito, nosso eu interior e a parte imaterial de nossa personalidade.

Outra importante significação simbólica da Acácia foi dada por Albert Gallatin Mackey e Bernard E. Jones que ressaltam a Inocência e a iniciação; o grego akakia também é usado para definir qualidade moral, inocência ou pureza de vida. E do Maç.'., que já conhece a Acácia é esperado uma conduta pura e sem máculas.  Estima-se que em 1937 a Acácia nasce em nosso simbolismo junto com a Maçonaria especulativa, sendo a consciência da vida eterna. "Este galho verde no mistério da morte é o emblema do zelo ardente que o M.'.M.'. deve ter pela verdade e a justiça, no meio dos homens corruptos que se traiçoam uns aos outros".

Maçônicamente simboliza Inocência, Iniciação, Imortalidade da Alma (os 3 I.'.) e Incorruptibilidade, porém na lenda de Hiram simbolizou a Inveja, o fanatismo e a Ignorância. Incorruptibilidade, por isso, foram enterrados os membros de Osíris, num caixão de Acácia; Imortalidade, Ressurreição (renovação, metamorfose) de Osíris, Hiram e Jesus; Iniciação, pois a Imortalidade é o apanágio dos adeptos e Iniciados; Inocência, pois os espinhos representam aqueles que não se deixam tocar por mão impuras. Sendo da família da “mimosa” , como a planta “sensitiva”, fecha as folhas ao serem tocadas. Akakia (em grego) quer dizer sem maldade ou malícia. Quando O Maç.'. diz que a A.'. M.'. é C.'., significa que conhece a imortalidade da alma.

Na história de Jacques Molay, também, surge a citação de que alguns Cavaleiros disfarçados que colocaram Ramos de Acácia sobre suas cinzas quando as mesmas foram levadas para o Monte de Heredom. Três dos quatros Evangelistas a mencionam em seu Evangélio, Mateus (27:29), Marcos (15:17) e João (19:2), ligando-a ao “coroamento de Jesus”.

Concluindo, quando o M.'. M.'. responde A.'. M.'. é C.'., significa: Levantei-me do túmulo e saí com vida. Sou eterno, consciente de meu ser como homem livre e regenerado; estou cultivando o desenvolvimento de todas as minhas dificuldades, procurando engrandecer, amar e socorrer meus irmãos que tiverem justas necessidades; estou procurando significar minha existência, fazendo feliz a humanidade; a vida presente é a preparação da futura. A felicidade eterna do homem começará quando ele tiver alcançado a mais profunda paz, que resulta da harmonia e do equilíbrio perfeito, com a Sublime Luz do G.'.A.'.D.'.U.'..

A Acácia á a árvore da vida. Suas flores cegam, suas sementes matam, as suas raízes curam. A semente é o veneno; a raiz o antídoto.

Alcinei Feitosa
M.'. M.'. - ARLS Baluartes do Atlantico, Or de Caraguatatuba (São Paulo,

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os dez apelos do Aprendiz Maçom


I. Ensina-me Mestre, a desbastar minha pedra bruta, com a prática que adquiristes ao desbastar Tua própria pedra.

II. Ensina-me Mestre, a caminhar na marcha do meu grau, no grande Templo Maçônico, que é o mundo lá fora, caminhando Tu, à minha frente, como meu líder, nos caminhos do Bem, da Verdade e da Justiça.

III. Ensina-me Mestre, a ser livre de vaidades, ambições e servilismos que amesquinham o homem, vendo eu em Ti, o Mestre livre de tais sentimentos

.IV. Ensina-me Mestre, o dom que tens de perdoar, esquecer e compreender as fraquezas de todos os homens, enaltecendo suas virtudes, para que eu, como teu discípulo, possa também saber perdoar, esquecer e compreender as fraquezas de todos os homens, enaltecendo suas virtudes.

V. Ensina-me Mestre, a trabalhar como trabalhas, anonimamente, em favor de uma boa causa, fugindo como Tu foges, dos aplausos frívolos, fáceis e das honrarias vulgares.

VI. Ensina-me Mestre, os bons costumes pelos quais temos de saber ouvir e de saber calar nos momentos certos, mas principalmente o dom, que temos de lutar em favor dos que clamam por pão e justiça social.

VII. Ensina-me Mestre, a ser como Tu és, a todos os momentos, um simples, mas forte tijolo da Ponte de União entre os homens, e nunca um ponto de discórdia entre eles.

VIII. Ensina-me Mestre, a cultivar em meu coração, todo o respeito e amor que cultivas entre os homens, e principalmente com Tua família, para que possa, cada vez mais, espelhado em Ti, respeitar a todos os homens e amar em toda a extensão da palavra, minha família.

IX. Ensina-me Mestre, toda Tua bravura, destemor e honradez para defender a Liberdade e a Soberania da nossa Pátria, para que eu possa, a qualquer momento, ao Teu lado e contigo, lutar e morrer em sua defesa.

X. Ensina-me Mestre, tudo isso, enfim, sem vaidades, ostentações ou vãs palavras, que se perdem ao vento, mas simplesmente com Teus próprios exemplos, para que eu possa um dia, ser reconhecido como um verdadeiro Mestre-Maçom.

Poema Maçonico





Sois membro de uma Irmandade? Como tal, eu tenho sido.
Com toda sinceridade, Amado e reconhecido.

Dondes vindes afinal? Meu lar tem nome de um Santo,
Do justo é casa ideal É perfeito o meu recanto.
Que trazeis meu caro amigo? A mais perfeita amizade,
Aos que se encontram comigo, Trago paz, prosperidade.
Trazeis, também, algo mais? Do dono da minha casa,
Três abraços fraternais Calorosos como brasa.
Que se faz em vossa terra? Para o bem, templo colosso;
Para o mal, nós temos guerra; Para o vício, calabouço.
Que vindes então fazer? Sendo pedra embrutecida,
Venho estudar, aprender, Progredir, mudar de vida.
Que quereis de nós, varão? Um lugar neste recinto,
Pois trago no coração O amor que por vós sinto.
Sentai-vos querido Irmão, Nesta augusta casa nossa
E sabeis que esta mansão também é morada vossa

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O silencio do Aprendiz Maçon

O aprendiz maçon beneficia-se da virtude do silencio, Mesmo antes da própria admissão na Ordem, já se começa a exercitar este princípio, nos momentos que precedem as Iniciações, o Candidato permanece na Câmara de Reflexão onde o completo silencio  é muito importante, e o outro aspecto que é reforçado pelo juramento e comprometimento que todo maçon realiza na cerimônia de não revelar nenhum segredo, deve-se praticar a virtude de ouvir, meditar e refletir, no período de aprendizagem é muito importante compreender todos os elementos que compõem o ritual, a ornamentação de um templo, ouvir com atenção as instruções proferidas pelos mestres, de fato o aprendiz possui ainda algumas arestas que necessitam ser removidas com aplicação correta das ferramentas de trabalho como Cinzel e o malho, e é neste período que se forma a personalidade do maçon, começa-se a desenvolver a ética e a moral, o conhecimento agregado à meditação, que compreende-se uma oportunidade única e altruística de conhecer profundamente a maçonaria, pois o simbolismo maçônico exige uma reflexão diária e um estudo serio, com essas condições é que o aprendiz desbasta a sua pedra, tornando-a perfeita para o bom uso na construção do seu templo interior, O silêncio deve ser rigorosamente mantido, não por força de disposições regulamentares ou pelos ditames da boa educação, mas para que possa ser formado o ambiente de espiritualidade, próprio de um Templo. Ao ajudar a formação desse ambiente, tão propício à meditação, o Maçom beneficia-se a si mesmo e beneficia aos demais.

Como e dito na antiga filosofia hermética: os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do entendimento.
Esta é a virtude a qual deve o aprendiz se impor, e é necessário à elevação de consciência para destruir a ilusão e os preconceitos que obscurecem a nossa visão e nos tornam insensíveis ao verdadeiro esplendor, é neste princípio que incube o aprendiz e cujo respeito lhe proporcionara condições a caminhar ate a coluna do norte, sem desvios, para ter acento como companheiro franco maçon.
O Aprendiz deve ter consciência da sua idade simbólica e não tomar parte ativa nas discussões entre seus maiores, a não ser quando interrogado ou solicitado e não pode tomar a palavra senão a convite do Venerável. Este é o principio do Silêncio deve ser por ele observada também fora do Templo, no que respeita à Ordem Maçônica.
O aprendizado é o período de meditação e de reflexão. Saber falar com ética é sabedoria, mas saber ouvir é muito mais, pois o homem que sabe falar com respeito, com educação, com amor, naturalmente saberá também ouvir. A visão e a audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras.
Segundo José Castellani: "O silêncio do Aprendiz é apenas simbólico, em atenção ao fato de que ele, simbolicamente, só sabe soletrar e não sabe falar. Todas as nossas práticas são simbólicas e não reais, como mostram, inclusive as provas iniciaticas e esse silêncio significa que o conhecimento que o mestre lhe transmite é absorvido sem qualquer dúvida ou reação, até o momento em que se torna capaz de emitir, por sua vez, conceitos superiores e que podem até conduzir ao sadio debate”.
Esse impedimento simbólico tem raízes históricas e místicas. Sendo, a mística maçônica, muito influenciada pelos costumes das antigas civilizações, temos por virtude de usar o silêncio amplamente em nosso dia-a-dia, pois tomamos inúmeras decisões e muitas delas somente são possíveis se tivermos bagagem de experiência, que pode ser adquirida através de três caminhos: o primeiro, ouvindo relatos de experiências dos mais vividos; o segundo, observando as experiências que os outros passam e; o terceiro é passando por elas. Ou seja, sentindo as consequências de nossos atos. Nos dois primeiros caminhos o Silêncio importantíssimo para podermos observar, ouvir, meditar e absorver. Já no terceiro caminho, talvez, pelo fato de não ter utilizado do silêncio, a dor e a tristeza podem lamentavelmente, às vezes, serem o resultado. O objetivo desse Silêncio imposto aos iniciados não é uma desqualificação ou desprestígio pelo fato de serem AApr.
 Quando se diz que o Apr. Não sabe falar e nem ter novas ideias, não é sobre a experiência e conhecimentos adquiridos na vida quando no mundo profano, mas, sim sobre essa nova visão de vida pela qual optamos. E é no Silêncio que a nossa introspecção, ou seja, visão sobre nosso interior produz o autoconhecimento, fonecendo-nos a Luz do que somos realmente, para que, quando voltarmos para o exterior, voltemos acalmados e purificados.
Observar estes princípios e que nos torna verdadeiros construtores da sabedoria.

Apr. ‘. M.’. Alan barros dos santos

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Despertar para uma Vida Maçonica


Quanto mais se convive e frequenta a Maçonaria, mais se aprende e se descobre e mais se consciencializa sobre o muito mais que se tem para aprender.
É vedado ao Maçon escrever, gravar, traçar ou imprimir informações que comprometam a essência filosófica da Ordem.
Obviamente, não defendemos que o indivíduo apregoe aos quatro ventos a condição de pertencer à Maçonaria e, sim, que ele se orgulhe de defender essa condição, desmistificando tabus que ainda pairam sobre nossa Sublime Instituição.
Deus - é o ser infinito, o homem o ser finito; Deus é perfeito, o homem imperfeito; Deus é eterno, o homem temporal; Deus é omnipotente, o homem impotente; Deus é santo, o homem pecador.
A crença na existência de uma força superior é o que se exige de todo o homem antes de ser admitido na Ordem, porém, ele deve ter e professar uma religião, seja qual for antes de sua Iniciação.
A Maçonaria, sob o ensino moral, pode abrigar todo os cultos, por mais diferentes que sejam as suas crenças. Pioneira na tentativa de se formar uma Irmandade ecuménica de pessoas de todas as religiões.
Essa disposição à convivência e diálogo com outras confissões religiosas, sempre foi o aspecto mais perturbador para os líderes das religiões tradicionais.
Reflexão – Quando falamos de religião, na filosofia moderna ocidental, evidentemente nos referimos, quase sempre, ao cristianismo. Constatamos, nos tempos modernos, muitas e diferentes concepções de religião, algumas contraditórias, outras semelhantes. Nesta diversidade é difícil encontrar uma concepção comum, pois muitas vezes os diferentes pontos de vista são incompatíveis entre si. Sendo o homem o começo, o centro, o homem é o fim da religião. A religião funda-se na diferença essencial entre homem e animal, pois os animais não têm religião. Entretanto o essencial do homem é a consciência. Para afirmar o homem, não é preciso negar a Deus, pois, na verdade, é impossível ser amigo de Deus sem sê-lo dos homens. Criticam-se as religiões que não dão a devida importância à vida presente, pondo toda a esperança de libertação no céu. Por isso o homem religioso não se compromete com a mudança e transformação, com a injustiça, o sofrimento e a miséria deste mundo. A religião pode nos levar a aceitar todas essas coisas resignadamente sem lutar contra elas, projectando nossa felicidade no outro mundo. Permanece, porém, a esperança no futuro, na justiça e não na injustiça, na verdade e não na mentira, libertando-nos da angústia e enchendo-nos de coragem.
Quando a vida celestial é uma verdade, é a vida terrena uma mentira, quando a fantasia é tudo, a realidade não é nada. Quem crê numa vida celestial eterna, para ele esta vida perde o seu valor. Ou antes, já perdeu o seu valor: a crença na vida celestial é exactamente a crença na nulidade e imprestabilidade desta vida. Na verdade, contudo, nada indica o fim da fé em Deus e da religião.
Enfim, se é difícil crer em Deus, mais difícil, porém, é viver sem ELE. Por enquanto busquemos a felicidade aqui mesmo, neste “vale de lágrimas”, acima dos preconceitos, das exclusões, das tradições religiosas.
A Maçonaria - é uma comunhão de homens livres e de bons costumes, escolhidos entre aqueles que, a par de boas referências, tenham instrução suficiente para compreender e praticar os ensinamentos maçónicos e seus métodos de MORAL em movimento velados por símbolos e alegorias tradicionais. É uma escola de aperfeiçoamento pessoal e social, disseminada em Lojas pelo mundo. Pratica a fraternidade, o amor ao próximo, constitui um modelo de Paz Universal, Justiça e Igualdade. O reino da Tolerância, no sentido de respeito a todas as crenças fundadas em Códigos de Moral ou em ideias pacíficas que visem à Felicidade Geral da Humanidade, à Fraternidade Universal. É o sustentáculo dos deveres para com a Pátria, a Família e a Sociedade. É uma comunhão de indivíduos civilmente capazes e de exemplar comportamento, de qualquer raça, nacionalidade, credo religioso e de condição social. É uma união de homens de boa vontade, capazes de compreender que em todas as crenças há ideias comuns que podem constituir o cimento da Fraternidade Universal. É o corredor iluminado de todas as Filosofias. Investiga a Verdade e o desenvolvimento das Ciências e das Artes. Prima pela Harmonia, não permite discussões de carácter político-partidário ou de religião ou filosofia sectária de ideias que possam ferir os ditames de consciência de cada associado. E ainda que exija do candidato à Iniciação e dos próprios Maçons que tenham consciência, e não a simples crença aleatória, de existir um princípio criador, Deus, Construtor dos Mundos, o Grande ou Supremo Arquitecto do Universo, ou qualquer outro nome que a humanidade concedeu ao Grande Geómetra – Aquele que É, Foi e Será.
Filho da Luz - O Maçon faz jus a denominação de FILHO DA LUZ. Os verdadeiros segredos da Maçonaria são aqueles que não se dizem ao adepto e que ele deve aprender a conhecer pouco a pouco soletrando os símbolos. Cabe ao neófito descobrir o segredo. Dentro da noite das nossas consciências, há uma centelha que nos basta atiçar para transformá-la em luz esplêndida. A busca desta Luz é a Iniciação.
Maçon nato – É comum no meio maçónico dizer que determinada pessoa sempre fora Maçon, mesmo antes de ter-se Iniciado. Isto porque tal indivíduo é detentor de qualidades e virtudes características de um verdadeiro Maçon. Se dele advém boas coisas, atitudes correctas, gestos edificantes, ele é como uma boa árvore que produz bons frutos. Se for o contrário, se seu carácter for falho, por mais que tente mascarar sua personalidade, não conseguirá: é uma árvore ruim, que produz frutos ruins. O que a pessoa é na realidade paira sobre sua cabeça, e brada tão alto que é impossível ouvir sua voz dizendo o contrário numa vã tentativa de ludibriar os outros.
A Igualdade maçónica – Ao analisarmos o que se pratica habitualmente em Maçonaria encontramos vestígios da Igualdade permeando todo o tecido orgânico maçónico, sob o amparo da Tolerância. Começando pelo tratamento fraterno – todos os Maçons são Irmãos – qualificação que confere aspecto importante da Igualdade Maçónica, a IGUALDADE FRATERNAL, na qual expressamente, o Maçon, já na sua Iniciação, afirma o direito de proteger o Irmão em qualquer circunstância. Independentemente de seu grau maçónico e de sua condição de vida profana, trazendo consigo, por extensão, o conceito para seus familiares.
Tratar alguém de Irmão é tratar de igual para igual, é querer para ele o mesmo que desejamos para nós, mas é necessário que essa palavra “Irmão” saia do coração e seja real, sincera e fraterna.
Todos os Maçons se reconhecem como Irmãos quando no íntimo de seus corações sentem cair as barreiras ilusórias que dividem os homens e assim a Maçonaria terá efectivamente difundido sua Luz sobre a terra.
Existe a possibilidade de um dia, todos os homens se entenderem e encontrarem o caminho da verdadeira igualdade?
Sim. Segundo Jesus de Nazaré: “quando procurarem em primeiro lugar a Justiça e o resto vos será dado em abundância”. Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele disse: “Não posso dar-lhe um código; observe os homens melhores e mais sábios que você encontrar e imite-os”!
É gratificante pertencermos a uma Ordem que visa disseminar entre os povos algo da luz que ilumina o mundo. Cabe-nos empreender a missão de disseminar algo das leis do pensamento iluminador aos irmãos sedentos de luz e entendimento.
Afinal, quando descemos ao túmulo, porque é nele que o Rei depõe o seu Ceptro, o Pontífice, a sua Tiara, o Rico, a sua opulência, o Pobre, a sua miséria, o Maçon, o seu Avental.
A Morte nos despoja de nossas honras, de nossa fortuna, de nossa glória, de nosso esplendor, de nossa grandeza. Não pode, porém, destruir nossa influência sobre o Bem e sobre o Mal, porque os efeitos e as consequências de nossos actos e de nossas palavras são eternos.
O caminho certo – Na Maçonaria, o Obreiro recebe os mais sagrados ensinamentos filosóficos para a prática da virtude, devendo o homem ser livre em seus pensamentos e acções, para exteriorizar o que realmente tem em seu coração, porém tudo de bom ou de mal que colher será produto de sua sementeira, por isso a felicidade está ao alcance de todos. Escolha o caminho certo...
Texto de Valdemar Sansão – M:. M:.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade: 7 de Setembro


Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se refere à Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de nossa pátria. Em torno da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade, é inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante acontecimento histórico do Brasil, os maçons estiveram ausentes. Da maioria deles, foram os elementos da Maçonaria os promotores. Não há como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a Libertação dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa pátria foram fatos organizados dentro de suas lojas. Antes de tudo isso, já na Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta renhida em favor da libertação de nossa pátria. Todos os conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria: Tiradentes, Thomas Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, e até mesmo o Judas, o traidor Joaquim Silvério dos Reis, infelizmente também pertencia à ordem.

Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçon ilustre Francisco Antonio Lisboa, o Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade. Maçom do grau 18, Aleijadinho, autor de obras sacras, fez questão de secretamente homenagear a Maçonaria em suas esculturas. Ao bom observador e conhecedor da maçonaria, não passará despercebido, ao conhecer a obra do grande mestre, detalhes, pequenos que sejam que lembram a instituição maçônica. Os três anjinhos formando um triangulo, o triangulo maçônico, tornaram-se sua marca registrada.

A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triangulo no centro da bandeira mineira é o mesmo do delta luminoso, o Olho da Sabedoria.

A independência do Brasil foi proclamada em 22 de agosto de 1822, no Grande Oriente do Brasil. O grito de independência foi mera confirmação. Ninguém ignora também que o Brasil já estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia do Fico. E o Fico foi um grande empreendimento Maçônico, dirigido por José Joaquim da Rocha, que com um grupo de maçons patriotas, fundou o Clube da Resistência, o verdadeiro organizador dos episódios de que resultou a ficada.

A libertação dos escravos no Brasil foi, não há como negar, uma iniciativa de maçons, um empreendimento da Maçonaria. A Maçonaria, cumprindo sua elevada missão de lutar pela reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem, empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefessamente pela emancipação dos escravos.
Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de maçons entre os líderes abolicionistas. Dentre muitos destacaram-se Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e muitos outros.

A proclamação da República, não há dúvidas de que também foi um notável empreendimento maçônico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro, foi constituído de maçons. Mera casualidade? Não. Ele foi organizado por Quintino Bocaiúva, que havia sido grão-mestre.

Assim foi e tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre apoiando e lutando para a concretização dos ideais mais nobres da pátria, comprometendo-se em favor da liberdade e condenando as injustiças.

Texto: Ir.'. A. Tenório de Albuquerque

O TEMPLO MAÇÔNICO E SEUS SÍMBOLOS


Daremos início a estas reflexões sobre o Simbolismo do Templo, revisando previamente alguns conceitos, muitas vezes mal interpretados pelos que pertencem a esta Augusta Ordem. Refiro-me aos termos LOJA e TEMPLO
Ambos os termos analisaremos brevemente, desde o ponto de vista EXOTÉRICO e desde o ponto de vista ESOTÉRICO.

LOJA MAÇÔNICA
A – EXOTÉRICO
É o conjunto de pessoas que integram a família maçônica. Tal como a Igreja, que é simplesmente a congregação de seus fiéis, a Loja não é um LUGAR FÍSICO, senão que a associação ou somatório daquelas pessoas que realizam o trabalho maçônico, quer dizer, a intenção de continuar o caminho que empreenderam no momento da sua Iniciação Maçônica. Única maneira – portanto – de alcançar a verdadeira iniciação, pois é inegável que a cerimônia dedicada a este propósito, está constituída somente por uma série de símbolos que se oferecem ao Recipiendário, para que ele, com o trabalho tenaz e ininterrupto, alcance a Iniciação Real.
B - ESOTÉRICO 
     
A Loja é a congregação do exército de virtudes que se unem e se dispõem a luta contra os instintos, os vícios e as paixões que a escravizam e lhe roubaram o seu reino.

TEMPLO MAÇÔNICO
A – EXOTÉRICO
É o edifício, a estrutura física, na qual se reúnem os maçons para avançar na senda até a perfeição.

B – ESOTÉRICO 

Desde este ponto de vista, podemos assinalar que o Templo Maçônico é o Corpo Humano, onde mora o SER, a Essência Infinita, o Espírito de Deus. É chamado de Templo porque não é outra coisa que o santuário que utiliza a Divindade (o homem é a chispa divina com os mesmos atributos do Criador) para manifestar-se neste universo físico.

DIFERENÇAS ENTRE LOJA E TEMPLO

Do ponto de vista EXOTÉRICO existe uma diferença palpável, pois uma coisa é o conjunto de irmãos que se congregam para crescer em sabedoria e virtude, e outra, muito diferente, é o lugar onde se reúnem.
Todavia, quando observamos as coisas sob o ponto de vista que está mais além das aparências (ESOTÉRICO), damo-nos conta que não existem diferenças, pois assim como é em cima, é embaixo, ou seja, que tanto as pessoas que se reúnem como as paredes do Templo, no qual trabalham, não são outra coisa que ENERGIA CONSCIENTE E INTELIGENTE. Todo este universo é uma, e exclusivamente esta, Energia que mantém cada coisa exatamente no lugar em que deve estar. Cada Ser Humano cria seu próprio universo e o segue criando até o dia em que decide partir, para logo voltar a criar outro universo novo, na medida das suas necessidades espirituais.

O QUE CONTÉM UMA LOJA E O QUE CONTÉM O TEMPLO MAÇÔNICO?

A Loja sendo a congregação dos irmãos, que não são outra coisa que pequenos universos, contêm todas as virtudes e todas as boas intenções de seus membros em sua luta para alcançar a Maestria sobre si mesmos. Ela é, então, o somatório das Luzes de todos e de cada um de seus membros. Também na Loja se encontram simbolizadas todas as manifestações do universo físico que, observadas desde o ponto de vista esotérico, só refletem a imensidão espiritual que se encontra no interior do Ser Humano.
O Templo, por sua parte, está pleno de Símbolos e Alegorias que servem para recordar aos Irmãos sua origem celestial (por dar-lhe um nome) e que dentro de seu próprio corpo há tantas estrelas, ou mais, das que se encontram espargidas no espaço infinito.
A estes Símbolos dedicaremos alguns minutos da nossa exposição, não sem antes deixar bem assentado – bem claro – que a palavra Templo implica o conceito de SAGRADO. Um Templo pode se situar fora de nós mesmos ou pode se encontrar em nossa interioridade, ficando sempre invariável essa condição de SAGRADO.

O TEMPLO MAÇÔNICO, SEUS ESPAÇOS FÍSICOS

O Templo Maçônico (Exotérico), em geral está constituído por uma série de espaços entre os quais podemos destacar os seguintes:

1 – O QUARTO (CÃMARA) DAS REFLEXÕES

Representa o planeta Terra no qual nascemos, morremos e encontramos o repouso eterno. O Q.: Ir.: Pedro Barboza de la Torre, Grande Inspetor Geral da Ordem, em uma de suas importantes obras, manifesta que este simboliza, em primeiro lugar, a Matéria que é a base dos seres e que se oferece aos sentidos em diferentes estados. Representa, também, o centro da terra e a matriz da mãe, onde o novo ser se forma e se prepara para nascer. Ali morre o homem para os vícios e as paixões e nasce para praticar a virtude, a sabedoria e o bem.

 2 – SALÃO DE BANQUETES

Local destinado à celebração de reuniões do tipo social.

3 – CÃMARA DE MESTRE ou CÃMARA DO MEIO

Lugar onde os Mestres Maçons realizam seus trabalhos.

4 – SALA DE PASSOS PERDIDOS

Lugar onde se concentram os Irmãos antes de entrar no Templo propriamente dito ou lugar de trabalho (Câmara). É o lugar onde devem ser recebidos os Visitantes antes de serem anunciados. É ali e não dentro do Templo onde se assina o Livro de Presença e a Prancha Convocatória ou de Citação. Também é ali onde os Irmãos devem colocar os Aventais, Colares e demais condecorações.

5 – ÁTRIO

É a linha, ou espaço físico, que separa o mundo profano do sagrado, pois é neste lugar que os maçons se recolhem e se concentram, antes de entrar no Templo. É, segundo Juan Carlos Daza, no Dicionário da Franco-Maçonaria, o “umbral do Templo e simboliza o espaço de trânsito e de união, que separa o exterior do interior, e é onde se espera, em recolhimento, para ser acolhido ou introduzido”.
Para Lorenzo Frau Abrines - para citar outro autor -, é o espaço ou sala que se acha diante da entrada ou porta do Templo onde se celebram os trabalhos. Alguns autores o chamam Parvis, que segundo eles, é a peça que precede ao Templo.

6 – TEMPLO OU CÃMARA – Seus Símbolos

O Templo é um lugar fechado onde se realizam os trabalhos maçônicos no grau de Aprendiz, e que tem a forma de um paralelogramo ou quadrado oblongo, estendido do Oriente ao Ocidente, quer dizer, em direção à Luz; sua largura é de Norte ao Sul, sua profundidade é da Superfície ao Centro da Terra e sua altura do Zênite ao Nadir, porque a Maçonaria é, simplesmente, Universal e o Mundo é uma Loja.
O Templo não tem janelas, por quanto não deve receber luz de fora, senão que, exclusivamente, de dentro, e só uma porta de entrada localizada no ocidente, pois o homem entre e sai deste mundo por uma só porta.
O Templo Maçônico, nos diz Juan Carlos Daza, “é a matriz, é o Athanor hermético, onde renasce a vida espiritual mediante a correta utilização dos símbolos e das ciências, os quais operam como portadores de uma mensagem que nos regenera, quanto mais interiorizamos sua significação espiritual e operam com utensílios ou ferramentas para edificar nosso templo interior, o qual vive dentro da dialética do movimento do mundo, de sua criação e de sua destruição”.
De sua parte, Orlando Solano Barcenas, faz uma interessante descrição em sua obra “A Loja Universal”: “O Templo maçônico não é a simples delimitação arquitetônica de um espaço qualquer, senão a consagração simbólica de um espaço considerado sagrado”.
“Por sagrado não deve entender-se religioso. A respeitabilidade do templo ou sua sacralidade fazem com que este lugar participe de uma série de valores culturais, éticos e simbólicos que o convertem no reflexo de uma cosmovisão própria do pensamento maçônico...”.

O Templo – antes que procedamos a entrar nele – “como lugar respeitável permanece separado do nível da experiência corrente, banal ou cotidiana. Em outros termos, permanece separado do profano e das indiscrições do mundo exterior”. Dentro do Templo, logicamente, não se deve fumar, comer nem beber e sempre há que se penetrar nele com as insígnias do grau devidamente colocadas, em silêncio e respeito, evitando todo o tipo de conversação, por quanto é um lugar destino ao trabalho interior.
A respeito, o Dr. Serge Raynaud de la Ferriere, no Livro Negro da Franco-Maçonaria, destaca que “freqüentemente o Templo não corresponde senão que a um simples nome, em vez de possuir todas as suas qualidades; com efeito o Santuário deve estar glorificado da presença do G.: A.: D.: U.: e, por tanto, não é só o ritual parafraseado o necessário, senão que um ambiente muito especial”.
Como assinalamos antes, o Templo Maçônico só tem um lugar para ingressar, de maneira que vamos agora penetrar nele e, para isso, falemos em primeiro lugar da Porta, que como seu nome o indica é o lugar de entrada ou de saída de todo o aposento fechado ou, também, o elemento arquitetônico que facilita a passagem entre duas áreas separadas por algum tipo de fecho. Do ponto de vista maçônico é a abertura que comunica dois mundos, é dizer o mundo profano e o mundo sagrado.
Juan Carlos Daza: “A porta da Loja é, por si mesma, um Templo; suas duas colunas e a arquitrave representam o ternário e o elemento fundamental de toda a construção”. Este mesmo autor manifesta que “na cerimônia de iniciação, o recipiendário trespassa a primeira porta, ao ser despojado dos metais... Esta porta é muito baixa, não como sinal de humildade, senão que para assinalar a dificuldade da passagem a uma nova vida, como a criança que vem ao mundo e começa a aprender a andar avançando primeiro de gatinhas”.
Jorge Adoum, em “As Chaves do Reino Interno”: “A porta do Templo é a primeira estância da iniciação interna; para aprender os mistérios do espírito, deve-se entrar no Templo interior onde estão ocultos tesouros”.
Orlando Solano Barcenas, em “A Loja Universal”: “Sua forma, sua situação e sua orientação, traduzem uma série de escolhas de valores espirituais e culturais que, em seu simbolismo, servem para diferenciar o espaço sagrado do Templo Maçônico”. “Fixa a direita e a esquerda do Templo, direções simbólicas que traduzem a base do triângulo que fixa a hierarquia da Oficina. Representa a aurora, porque em seu umbral, participa também da sacralidade ao separar e definir o interno território sagrado, vedado aos intrusos, aos profanos”.
No Templo de Salomão, segundo está estabelecido no Primeiro Livro de Reis, tal como na maioria dos templos ou antigos santuários, cujas características eram similares, havia um Pórtico ou Ulam de 20 côvados de largura, por 10 de comprimento e 30 de altura, além do Lugar Santo ou Heijal ou, ainda, Hekal e o Sancto Sanctorum ou Debir.
Diante do Pórtico havia duas grandes colunas de bronze, ou revestidas dele, que constituíam a Porta do Templo, que não tinham razão estrutural alguma e cuja intenção era estritamente simbólica.
Da análise destes conceitos e os de muitos outros autores, como Edgar Perramon, no “Breve Manual Maçônico”, que expressa que “A entrada estavam duas colunas, B (a força) e J (a beleza) sobre as quais se encontravam o Universo e uma Romã ligeiramente aberta como símbolo da maturidade”. Raymond Capt, no “Templo do Rei Salomão”; em “Meus Três Passos”, de Pedro Camacho Roncal; e também Jorge Adoum, em “O Aprendiz e seus Mistérios”, referem que “entre ambas as colunas se achava a porta do Templo”. Alec Melor, em sua obra “A Encruzilhada da Maçonaria”, Tomo II, diz que “A porta da Loja se achava no Ocidente, quer dizer, frente ao Oriente, entre duas Colunas, com capitéis ornados de lírios e coroados de maças e romãs simbolizando a família”; poderíamos então considerar que a Porta do Templo Maçônico está constituída pelas duas Colunas (B e J) e que o espaço entre a porta física e estas duas colunas poderia ser o Átrio. Todavia, outra consideração nos poderia levar a pensar que as duas colunas sejam colocadas uma a cada lado da porta.