terça-feira, 8 de abril de 2014

O Rito Brasileiro - Histórico do Rito Brasileiro



urbi et orbi (para cidade e para o mundo) homo hominis frater (o homem e irmão para o homem)

Prestigiar ou aderir a uma Loja do Rito Brasileiro deve ser considerado uma legítima afirmação de Brasilidade e um autêntico ato de amor ao Brasil.  
Dos diversos ritos praticados pela Maçonaria Regular, em todos os recantos da Terra, o Rito Brasileiro é um deles. O Rito Brasileiro à muito tempo é Regular, Legal e Legítimo. Acata os Landmarks e os demais princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país.
 Teria sido o embrião do Rito Brasileiro o apelo feito por um irmão Lusitano, um Cavaleiro  Rosa Cruz, no ano de 1864, dirigido aos Orientes Lusitano e Brasil, no sentido de que fosse criado um Rito novo e independente, mantendo os três graus simbólicos, de acordo com a tradição maçônica, comum a todos os ritos e, os demais, altos graus, fossem diferenciados  com características nacionais. Este apelo vinha com a seguinte afirmação: “Convimos em que semelhante reforma é contraria ao cosmopolismo e a tolerância Maçônica mas também é verdade que, enquanto os Maçons forem patriotas, e os povos fisicamente desiguais, a conservação de um Rito Universal, parece-nos impossível: Talvez que um tão gigantesco projeto só poderá ser possível no vigésimo século”. Esta idéia está publicada às páginas 6, vol. I da obra clássica em Maçonaria, intitulada Biblioteca Maçônica ou Instrução Completa do Franco-Maçom, publicada em Paris, por Ailleaud Guillard.

 Em 1878, em Recife surgiu a Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro com aval de 838 obreiros, presidido pelo comerciante José Firmo Xavier, para as Casas do Circulo do Grande Oriente de Pernambuco; Esta Constituição era Maçonicamente totalmente irregular, pois a mesma além de se assentar sob os auspícios de sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador do Brasil, da Família Imperial e sua Santidade Sumo Pontífice o Papa, nela estava incluído vários preceitos negativos, como por exemplo: A admissão somente de Brasileiros natos, e em seu artigo 4° afirmava que uma das finalidades do Rito era defender a Religião Católica e sustentar a Monarquia Brasileira. Evidentemente o Rito não prosperou, pois era Irregular. Esta Constituição se encontra na Biblioteca Nacional e também publicada nos livros A Maçonaria e o Rito Brasileiro, de Hercules Pinto,Editora Maçônica, 1981 e Rito Brasileiro de Maçons Antigos Livres e Aceitos de Mário Name, Ed. A Trolha, 1992.

 Em 21 de dezembro de 1914, na reunião do Conselho Geral da Orem, presidido pelo Soberano Grão Mestre Lauro Sodré, o irmão Eugênio Pinto, orador interino, fez a proposta para a criação do Rito Brasileiro, quando foi aprovada a criação do Rito Brasileiro.

 Em 23 de dezembro de 1914, surgiu o decreto n° 500, que deu o conhecimento aos Maçons e Oficinas da Federação, da aprovação, do reconhecimento e da adoção do Rito Brasileiro. Kurt Prober, pesquisador maçônico, tece severas críticas à forma de criação do Rito, alegando: que o quorum da reunião era insuficiente, realizada ao apagar das luzes e que o Rito teria sido invenção dos militares.

 Em 1916, Lauro Sodré, afastou-se do 3° mandato de Soberano Grão Mestre do GOB, assumindo em seu lugar Veríssimo José da Costa que encaminhou o decreto n° 500 para a aprovação da Soberana Assembléia Geral. Assim através de um novo decreto, desta vez, o de n° 536, de 17 de outubro de 1916, reconheceu, consagrou e autorizou o Rito, criado e incorporado ao GOB.

 Em junho de 1917, o Conselho Geral da Ordem aprovou a constituição do Rito com seus regulamentos, estatutos e rituais. Mesmo assim o Rito não prosperava pela falta de uma oficina chefe e de rituais publicados.

 Em agosto de 1921, através do decreto n° 680, o Soberano Grão Mestre do GOB expulsou o Grão Mestre e outros 45 Veneráveis de Lojas do Estado de São Paulo, cassando as cartas constitutivas daquelas Oficinas, que passaram a adotar o Rito Brasileiro, publicaram rituais para os três primeiros graus, cópias fiéis do Rito Escocês.

 Em 1940, Álvaro Palmeira propõe a formação de uma comissão para analisar, estudar e atualizar o projeto do Rito Brasileiro, que naquela época achava-se adormecido.

 Em 1941, foi instalado o Supremo Conclave do Rito Brasileiro através do ato n° 1636. Este Supremo Conclave viria adormecer, pois havia pequenas diferenças entre o Grão Mestre Rodrigues Neves com o presidente do Supremo Conclave Otaviano Bastos.

 Em 1968, considerado o ano da implantação do Rito Brasileiro, Álvaro Pimenta Soberano Grão Mestre assinou o decreto n° 2080, reativando o Supremo Conclave, determinando que 15 irmãos revissem a Constituição do Rito, adequando-a às exigências internacionais de regularidade, fazendo um Rito Universal, separando o simbolismo dos altos graus, conciliando a tradição com a evolução. Publicou-se os rituais necessários.

 Atualmente o Rito Brasileiro é uma realidade vitoriosa. Possui organização e doutrina bem estruturadas, que muito se diferencia da organização e doutrina incipientemente propostas ao longo de sua história.

Solidamente constituído é praticado por mais de 150 Oficinas Simbólicas distribuídas por quase todas as unidades da Federação. É o segundo Rito mais praticado no Brasil. O Supremo Conclave do Rito Brasileiro tem sede no Oriente do Rio de Janeiro, à Rua do Lavradio, n° 100.
   
Estrutura doutrinária do Rito Brasileiro 

   Em cinco segmentos se estrutura o Rito:

 Lojas Simbólicas         1° ao 3° grau 
 1° Grau – consagrado à fraternidade dos irmãos, união dos irmãos.
2° Grau – consagrado à exaltação do trabalho e ao estimulo da solidariedade.
3° Grau – consagrando o princípio que a vida nasce da morte.

 Capítulos         4° ao 18° grau 
Dedicados ao estudo da Filosofia Moral, 14  virtudes culminando com o grau Rosa Cruz, moral e espiritual, degrau capitular máximo.

 Grandes Conselhos 19° ao 30° grau 
 Dedicados aos estudos dos problemas nacionais e da humanidade.
19° ao 22° - aspectos ligados à economia.
23° ao 26° - aspectos ligados à organização da sociedade.
27° ao 30° - aspectos ligados à arte, ciência, religião e à filosofia.

 Altos Colégios 31° e 32° grau 
 Dedicados ao bem público e ao civismo, a abordagem de assuntos políticos, tratados elevadamente, sem injunções partidárias.

 Sumo Grau 33 
 Máximo na hierarquia de caráter administrativo, com tendência em grau superior.
 
Algumas Características básicas do Rito Brasileiro 
 Cada Rito possui modo próprio de realizar suas cerimônias, respeitados os limites bem conhecidos, sob pena de heresia maçônica. O importante é que todos os Ritos tem o mesmo objetivo, qual seja, o de ordenar a prática dos estudos maçônicos. Enumeramos algumas características do Rito:

Uso de Bastões 
 É por tradição, o uso de bastões pelo Mestre de Cerimônias e Diáconos.

 O Retorno da Palavra Sagrada 
 Peculiaridade do Rito, tem como objetivo simbólico de confirmar a boa condução dos trabalhos e sua conclusão. A palavra vai e volta, imantando e desimantando.

 Sinais 
 Além dos sinais habituais, temos os sinais de obediência e do rito.

 O Giro da Sacola 
 Em três sub-giros: no oriente, na coluna do norte e na coluna do sul. Todos iniciando pelas luzes da região.

Cerimônia das Luzes 
 Realizada pelo Venerável Mestre com o auxilio do 1° e 2° Vigilante. Os três são as três luzes que iluminam a Loja. As  3 luzes místicas representam e evocam a onisciência (sabedoria – VM), a onipotência (força – 1° Vig.) e a onipresença divina (beleza – 2° Vig.).

 Inversão das Colunas Maçônicas 
 É uma questão complexa, mas caracteristicamente o Rito inverte a coluna dentro do templo. Coluna "J" a direita.

 Colunas Norte e Sul 
 Baseados no Hemisfério Sul, com pouca luz, os aprendizes sentam-se na coluna do sul e os companheiros na do Norte.

 Aclamação e Bateria  
Glória, Gloria, Gloria.  o-oo

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